28 abril 2011

#4 Aztec Adventure: The Golden Road to Paradise [Especial]

Misto de estratégia com aventura, Aztec Adventure: The Golden Road to Paradise é um dos jogos para Master que sempre ficaram na minha lembrança e eu tinha boas razões para isso: primeiro porque pouca gente o conhecia logo, a fita sempre estava disponível na locadora e segundo foi pela dinâmica do jogo. A idéia de explorar um mapa à caça de inimigos utilizando diferentes itens me chamou bastante a atenção. Claro que na época eu mal passava da segunda fase (malditos morcegos gigantes) e ficava mais apavorado ainda quando no mapa me deparava com 10 fases a serem batidas (aff...).

O tempo passa, o tempo voa... ops! Resenha errada. Mas, como tudo na vida flui, um belo dia pesquisando na internet encontrei esse review sobre o jogo e fiquei novamente curioso em terminá-lo. Ok! Tudo bem! Eu sei que é um jogo de 1988 (ou 87?), mas como eu sou defensor da qualidade e não da idade dos games (alguém por acaso joga xadrez?) pra mim se for um jogo da idade da pedra e eu puder me divertir tá de bom tamanho. Some-se isso ao fato de eu nunca ter zerado o dito cujo nos meus tempos de meninote... hehe

Essa sem dúvida foi uma das resenhas/walkthrough mais difíceis de escrever. O jogo quase não possui referências nem mesmo em sites especializados no console. Tudo bem, eu sei que o jogo tem seus 20 anos, mas acho estranho tamanho desleixo da comunidade retrogamer. Fora as minhas impressões, as informações que vou repassar são baseadas: no review que fiz referência acima; na Wikipédia; na capa européia escaneada (que conta rapidamente a história) e algumas dicas desse site. Além disso, não achei mais nada de relevante nas minhas buscas pela internet que valesse a pena descrever. Algumas coisas como: nome das fases e inimigos eu mesmo bolei tentando ser o mais fiel possível ao game e assim poder escrever essa resenha e o passo-a-passo (link no final da resenha).

Jogando

Aztec Adventure é diferente da grande maioria dos jogos já lançados para Master System. Como no geral o que se via eram jogos de plataformas, shooters ou adaptações do arcade para o console como Altered Beast, Golden Axe etc. Um game de exploração com visão aérea era novidade. E olhando mais atentamente para o catálogo de jogos que o console possuiu pode-se ver que Aztec faz parte de um grupo seleto.


No jogo controla-se Niño (escrito assim mesmo), andarilho, explorador e aventureiro de coração que parte em busca do Paraíso Azteca guardado pelo “Espírito do Pássaro de Nazca” (o nome do jogo no Japão era Nazca 88 – curioso não?). Ninguém jamais esteve lá, pois o único caminho para se chegar passa por um temível labirinto, habitado por espíritos, monstros e demônios astecas.

A variedade de inimigos é razoável (já a quantidade é excelente em alguns lugares) e vai ser necessária alguma observação para conseguir derrotar alguns (nada que algumas telas de game over não resolvam). Alguns monstros são simples de derrotar, já outros podem disparar bolas, energia, atacar diretamente ou atirar flechas que lhe perseguem. Saindo e adentrando a mesma tela eles reaparecem e são bem rápidos em lhe achar. No início de cada fase são apresentados os Monstros-Chefe a serem batidos e a quantidade. Somente derrotando-os é aberta a passagem para a próxima fase. Como o jogo é bastante linear encontrá-los não será um problema, ganhar deles sim. Uma boa dica é observar a movimentação dos chefes e seus ataques. Com alguns itens a batalha pode ser “moleza”, o lance é saber qual arma e tática usar em cada chefe – nisso meu passo a passo dá essa mãozinha. Ganhando do Monstro-Chefe o lugar do confronto serve como marca tela caso Niño morra.



Existem alguns NPCs “contratáveis” durante o jogo – a grande originalidade do game. Eles são Papi, Pupe e Poh e para contratá-los (ou alugá-los) é preciso pagar o devido valor (chamarei de passe). Após a tela de abertura o passe de cada um aparece em destaque. Não cheguei a notar nenhuma diferença na IA ou resistência dos NPCs de acordo com o preço. Mas andar com um ou dois deles (o máximo permitido) em determinadas áreas ajuda muito. Ainda mais pelo fato deles poderem utilizar os mesmo itens que Niño sem decrementar do seu inventário. Já a vida dos NPCs no geral é bem curta. Eles trombam com os monstros morrendo facilmente e ficam presos em algum canto do mapa muitas das vezes. Por isso ter mais de um (e dinheiro para isso) é sempre bom. Caso não sejam contratados eles trombam com Niño e podem fazer volume no mapa – atrapalhando um pouco.

Uma coisa que nesse jogo é caprichada é a dificuldade. Não existem vidas a serem pegas. Se ganha uma ao derrotar um Chefe específico, RanBaike, que aparece pela primeira vez na terceira fase. A energia é restaurada em poços por uma fada após se pagar a quantia de um saco de dinheiro ou após completar uma fase (quê?). Fora isso, e suas 3 vidas iniciais, não existe password, save point ou continue (existe um cheat para acessar todas as fases no Walkthrough, seção Mais). Algo comum para os jogos da época. Mas que assusta até hoje qualquer jogador. Um detalhe curioso é que ao morrer o personagem retorna com seus itens, dinheiro (e até NPC) nas quantidades que possuía; avançando de fase, só com o NPC e nada mais! Eu Hein?!

A movimentação do personagem é lenta quando comparada com os adversários, mas boa no geral e o uso dos itens é bem simples. Existem dois botões o de ataque (botão 1) e do seleção dos itens (botão 2). A espada é a única arma do jogo e sempre está disponível por meio do botão de ataque. Ao selecionar algum item – nessa situação a espada fica inativa – o botão de ataque servirá para disparar/usar o item até que o mesmo acabe ou outro seja selecionado. Os sacos de dinheiro também são selecionáveis.

As músicas são simples e repetitivas. Não diria que os produtores foram felizes, mas em cada fase busca-se um clima de descontração e alegria. Afinal o jogo foi pensando para crianças então não existem composições com arranjos elaborados. Os sons do jogo são escassos, parece que passaram batido nessa, exceto por um efeito ou outro o que mais se escuta é a música das fases. Todos os monstros produzem o mesmo som quando acertados (e só).

Os gráficos são bons (para a época). Os personagens são grandes e bem visíveis, assim como os monstros. As fases são bem ambientadas diferindo muito de uma para outra. Bom, isso pelo menos até a fase 5! Com exceção da última (Fase 11 Templo Nazca), a fase 6 e seguintes são os mesmo ambientes (Floresta, Ruínas, Pântano...) mas com mapas maiores, mais Monstros-Chefe e dificuldade mais acentuada (a Fase 8 Ruínas II na minha opinião só não é mais difícil que a fase final). Repetir as fases do jogo para alongá-lo era um recurso muito comum nos jogos da época...

Originalidade, ambientação e dificuldades de primeira O game é divertido e um desafio pra qualquer jogador tirar o chapéu. Passar em algumas fases (e de alguns monstros) requer muito treino e zerar esse jogo é complicado pra caramba. Claro que hoje talvez não empolgue tanto, mas é um game único em seu gênero e não pode passar batido para os amantes do 8-bits da Sega. Eu recomendo!




Um abraço a todos e bom jogo!




PS1: curtam mais desse especial lendo o passo-a-passo do jogo
PS2: no site SMS Power, na seção scans, é possível ler todo o manual (mas a essa altura toda resenha e passo-a-passo já estavam escritos)

6 comentários:

  1. Eu aluguei uma vez só Aztec Adventure e gostei logo de cara, principalmente pela dificuldade. A curiosidade em conhecer a próxima fase sempre me levava a jogar mais e mais, pena que nunca consegui terminá-lo!

    Depois eu dou uma olhadinha no seu passo-a-passo, quem sabe dessa vez eu consigo! Ótima postagem!

    ResponderExcluir
  2. Brigado Cosmão! Essa postagem demorou uma semana para terminar - acho que tão cedo jogo de novo esse game... hehe

    Eu adoro Aztec. Foi um dos maiores desafios com que já topei no console, apesar da dificuldade exagerada!

    Um abraço e acompanhe o blog!

    ResponderExcluir
  3. Sou fã de Aztec também, joguinho difícil mas bem balanceado e honesto, sou feliz por ter terminado na época, empréstimo de um amiguinho riquinho que tinha muuuitas fitas e era gente fina pra me economizar com locadora ;-)

    Aztec se junta a Kenseiden, SpellCaster, Lord of the Sword (e alguns outros) como pérolas da SEGA exclusivas para o nosso querido Master System. Uma versão da música da segunda fase (acho que é da segunda, aquela meio "dança de salão", rs) está até planejada para ser feita para o nosso blog :)

    Ótimo post, parabéns pelo blog!

    ResponderExcluir
  4. @cosmiceffect

    Aztec é um dos meu jogos favoritos para o console. Pena que a Sega não deu continuidade (algo até comum, diga-se de passagem). As músicas ficam na cabeça mesmo. Infelizmente após morrer algumas vezes é tudo que o jogador não quer escutar. hehe

    obrigado pela visita

    ResponderExcluir
  5. Enquanto criança ganhei este jogo sem pedir. Talvez pelo preço, pois os cartuchos de um mega eram mais baratos na época. Ter um cartucho de quatro mega deixava todo mundo boquiaberto! Rs. O que me chamava a atenção era a dificuldade e a originalidade. Aztec Adventure é daqueles jogos únicos em que os chefes quando surgem em trocas de telas rápidas te matam de susto e aceleram o coração! Umas das coisas mais legais eram os poços da juventude invisíveis que podiam ser encontrados atirando bolas de ferro no vazio do cenário. A última fase é um misto de todos os chefes sem recall de vida. Cara! Um clássico injustiçado. Talvez pela dificuldade. Mas sem dúvida um dos melhores do SMS.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E aí Júlio, beleza?

      Esse foi um dos jogos que eu mais gostei de alugar para o meu Master. Tenho saudades da época que ia na locadora e ficava procurando games na prateleira.
      Aztec tem uma dificuldade exagerada, na minha opinião. Eu cheguei a "mapear" algumas áreas pra saber a quantidade de inimigos que ia encontrar por tela para não ter surpresas desagradáveis. Infelizmente os chefes são pra lá de escabrosos. #maldito_leão_de_pedra

      Ainda sim o considero muito único e concordo plenamente com você: esse jogo é um injustiçado.

      Um abraço.

      PS: somente agora reparei que o link do passo-a-passo estava quebrado.

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.