#11 R-Type

Talvez, uma das franquias mais famosas do gênero, R-Type (Irem, 1987) é o bom Shooter em nave adaptado dos fliperamas que impressiona na qualidade e em outros aspectos.  A começar pela jogabilidade muito boa. Ao comando do jogador a R-9 (sua nave) desliza calmamente numa velocidade compatível com a dos inimigos. Estamos diante de um jogo justo, onde o desafio não é brigar com o controle ou com o personagem e sim desviar do fogo adversário. R-Type reúne ótimas características do gênero, e por ser o precursor de algumas mecânicas, com certeza um ou outro elemento seu será visto pelo jogador em outros games do tipo.

A paleta de cores utilizada no jogo é bem variada. Inimigos, tiros e ambientes são bem coloridos e destacados (e olha que estamos falando de um jogo da década de 80). Pode-se até identificar o tiro ou o míssil de um determinado adversário, tamanho foi o capricho dos desenvolvedores nesse ponto. A variedade de inimigos e as ações que eles executam irão exigir alguma atenção por parte do jogador (o mesmo pode ser dito dos Chefes de fase). Digno do mais puro espírito Shooter, não tem com não comentar: Encostou, morreu. É aqui que reside a grande dificuldade do game. Além disso, ralos continues e poucas vidas serão seus companheiros ou até que se consiga a nada razoável pontuação de 150 mil pontos para se ganhar uma vida. Mas nem de longe esses detalhes tornam o jogo chato ou impossível.

Não existe auto-fire. Mas a cadência requerida no game para acertar os adversários não chega a ser incômoda. A arma principal quebra uma castanha enorme no começo do jogo, pois além do tiro comum é possível descarregar um ataque mais forte pressionando o botão por alguns segundos. Durante o jogo a arma principal da nave terá o acréscimo de um canhão (chamado force) quando uma esfera for coletada (deve-se destruir um robô que possui uma cabine vermelha). Esse canhão tanto pode ficar acoplado, junto à arma principal ou à parte traseira da espaçonave, como pode ser liberado e orbitar solto pela tela atirando nas naves e defesas inimigas. Já acoplado, além de melhora na capacidade do disparo, serve de escudo para alguns tipos de tiro adversário. Vai de cada jogador determinar a melhor hora para liberar/acoplar o canhão – uma das melhores sacadas do game. Além disso, mísseis e até dois canhões secundários podem ser pegos também. Esses últimos apenas orbitam acima e abaixo da nave aumentando a linha de tiro.

Para derrotar a  Fortaleza (fase 3), fica como dica copiar a estratégia utilizada na demonstração do jogo

As fases variam entre estações futuristas e as entranhas de organismos vivos (na segunda fase o chefe é um coração gigante), juntamente com as músicas que transmitem todo o clima de sci-fi. Gráficos e efeitos sonoros bons, melhor até que muito jogo da própria SEGA para o console ¬¬. O excesso de tiros e objetos na tela farão os sprites falhar um pouco (talvez o único "defeito" do game). Uma curiosidade: não é contada nenhuma história durante o jogo – somente algumas linhas na contracapa: Combater o Império Bydo derrotando sua horda de aliens e máquinas de guerra. Fácil de jogar, bem difícil (no começo/primeiras vezes principalmente), mas nem por isso deixa de ser um bom game e desafio. Eu recomendo!