#16 Golfamania

Estranha relação. Assim eu poderia definir o meu relacionamento com esse esporte. Nunca vi uma partida inteira de golfe, ou mais que dez minutos. Apesar disso sempre apreciei o esporte em sua modalidade eletrônica de diversas gerações e até mesmo em desafios online.

Com suporte a até 2 jogadores, Golfamania (SEGA, 1990) surpreende em vários aspectos. A começar que o jogo é bom e pode-se dizer que todos os elementos básicos para disputar uma partida de golfe estão aqui presentes. Existem 3 modos de competição e ainda um modo treino (pratice). Esse último, a única chance do jogador não passar uma vergonha ou frustração quando estiver em disputa. Uma boa para treinar com os diferentes tipos de tacos disponíveis, direção/força do vento, distância, terrenos por onde se irá passar e, não menos importante, encaçapar a bolinha. Quanto mais treino melhor, pois seus adversários são de ótimos a formidáveis passando por excelentes até o nível máximo: Tiger Woods – não, ele não participa do game, apenas empresta todo seu talento para desconhecidas malditas infalíveis CPUs from hell. Trocando em miúdos, vai ser suado ganhar!

As diferentes perspectivas e telas do jogo

O jogo conta com algumas animações bem feitas. Quando uma tacada vai ser realizada o personagem é mostrado em uma perspectiva de terceira pessoa (aérea às vezes) com as informações de quantidades de tentativas, distância remanescente para o buraco e, o principal, as colunas de força e acerto da bola. A realização da mesma exige a análise dos elementos citados além do tipo de terreno, taco e a posição a se bater na bola. É possível fazer rebatidas com curva sendo algumas necessárias para um escore melhor no fim de cada disputa. Aliás, acertar uma boa tacada exige muito treino! O cursor responsável pelo acerto (ou não) da tacada se move rapidamente variando com a força a ser empregada – e algumas vão exigir força máxima deixando a emoção/decepção à flor da pele.

A inscrição na capa alerta para a existência de uma bateria interna, mas não descobri como usá-la. Seria até muito bem recebida, pois as partidas são longas e podem se arrastar por mais de uma hora tranquilamente. Talvez esse seja a falha do jogo, uma falta de personalização para realizar torneios mais curtos com menos buracos. A opção de um minigolfe com joguinhos, paredes de rebater, etc pode ser sentida pelos jogadores acostumados com outros do gênero. A música não é lá muito relevante sendo mais um acompanhamento do que um quesito a ser avaliado. Bons gráficos, com um nível de detalhamento na medida. As animações mostradas usam bem a capacidade do console, e os diferentes tipos de terreno e relevo são perceptíveis.

Opções fáceis e intuitivas, mas uma dificuldade de dar inveja a muito jogo

Esse jogo é apenas para interessados na modalidade. Aqui nada se apreende fácil. Jogar a primeira vez com alguma noção, ainda que básica, de tacos, distância e um inglês razoável em algumas partes será essencial. Um bom jogo e que diverte tanto quanto outros de plataformas superiores. Uma boa surpresa e pedida!