13 abril 2012

#42 Desert Strike

Em 1992, Mike Posehn criou a série Strike para o Mega Drive no muito aplaudido Desert Strike: Return to Golf. Com o sucesso, além das inúmeras continuações, o original foi relançado em diversos consoles da época e o Master System também foi agraciado com uma versão do desafio. No 8-bits da Sega, o jogo conseguiu preservar a mecânica do original e extraiu o que pôde do processamento do console sendo bastante convincente e difícil como era de se esperar.

Dos games analisados esse mês, Desert Strike (Domark, 1992) é o destaque. Uma produção a frente do seu tempo, muito bem bolado e que, conseguiu unir o melhor de um Shooter com alguma dose de estratégia.

Nos controles de um helicóptero AH-64 Apache, o jogador deverá se infiltrar em território inimigo (um fictício país do Oriente Médio) e realizar diversas missões para minar os planos do tirano Kilbaba que pretende lançar armas de destruição em massa. Qualquer semelhança com a realidade – e com a Primeira Guerra no Golfo – não é coincidência: os conflitos serviram de inspiração para Posehn criar o jogo.


Desert Strike é um shoot-em-up de visão isométrica. Os desenhos são bastante detalhados e facilmente é possível identificar cavaletes, árvores, janelas, faixas e os diferentes veículos e fortificações inimigas. As inúmeras idas e vindas pelos mapas do jogo transmitem a sensação de voar sobre um mapa 3D graças ao belo trabalho da Electronic Arts no design do original (e que foi muito bem aproveitado pela Domark nesse port).

Air Supremacy
O jogo é dividido em missões (ou campanhas numa tradução literal). Cada missão é composta de sub-objetivos específicos como destruição de radares, resgate de prisioneiros, eliminação de estações de energias, etc. A inexistência de ordem pré-definida para realização dos objetivos, confere total liberdade para o jogador se deslocar pelas áreas que desejar. Vale ressaltar que o jogo possui dificuldade crescente e diversos pontos do mapa possuem veículos de combate ou tropas inimigas fortemente armadas.

O grande e detalhadíssimo menu do jogo. Cada item e objetivo muito bem explicado
A realização dos diferentes objetivos consome tempo e necessita algum planejamento. Para essas operações o uso de um menu (que é um show a parte) vai ser intensamente utilizado. Apertando o botão PAUSE o jogador tem acesso a um guia recheado de detalhes e informações de consulta obrigatória. Nele são exibidos o mapa, os objetivos-alvos e suas localizações, a condição atual do helicóptero e o status da missão. Além disso, cada fortificação ou armamento inimigo é descrito em minúcias para dar ao jogador toda dimensão do real perigo que corre ao vagar pelo mapa sem conhecimento prévio dessas informações.

Após a realização de todos os objetivos, conclui-se a missão e um password é ganha. Depois disso, inicia-se nova missão com mais inimigos, novos objetivos e campos a serem explorados. Com toda certeza a primeira empreitada, Air Supremacy, tem poucas surpresas comparadas com as demais.

Blindagem, a caixa com conteúdo vermelho, e no confronto com um posto de observação
Operações de Guerra
Outro ponto a ser destacado em Desert Strike, foi seu pé no realismo. Nos controles do Apache AH-64 todos os recursos são de uso limitado. As armas do jogo são: a metralhadora (botão 1), hydras, míssil de baixo poder de destruição (botão 2) e os potentes hellfire (botão 1+2). Itens para reposição como munição e combustível serão facilmente encontrados e até localizáveis via mapa, mas o mesmo não pode ser dito da blindagem. Dica: algumas construções, quando destruídas, revelam barris de combustível, suprimentos de munição e até (raríssimas) vidas.

A caixa com um “X” vermelho: mais uma tentativa para o jogador
Avisos sonoros disparam em caso de pouco combustível ou blindagem fraca. Uma boa dica é armar e abastecer o helicóptero antes de grandes deslocamentos ou próximo a campos mais protegidos com soldados e maquinário de guerra.

Missão 3 Embassy City: resgates no mar, maior quantidade de inimigos e muitas revelações nas areias do deserto
Existem três tentativas para completar as missões. A aeronave ser derrubada em ação é muito comum, pois alvos/edificações estratégicas são protegidas por tanques blindados, veículos de artilharia e postos de vigilância com soldados armados. Um ataque direto é certeza de morte prematura. Cautela, atacar pontos isolados e aos poucos derrotar as defesas adversárias é a mais sensata das táticas.

O que mais esperar

Alguns alvos, como os lançadores Scud (Missão 2), somente são localizáveis após a prisão de inimigos
Para os que ainda não desbravaram Desert Strike, as dicas passadas e uma boa leitura do menu (tecla PAUSE) serão os primeiros (e seguros) passos para alcançar os níveis finais do jogo. Os gráficos são bem caprichados, a música inexiste (herança do original) e os efeitos sonoros não chegam a incomodar. A jogabilidade foi bem calibrada e pode-se afirmar que a movimentação do Apache é agradável com boas respostas aos comandos ainda que longe da perfeição. Cada missão possui mapa de grande extensão e variedade de inimigos, além disso, as situações mais corriqueiras (como o resgate de um prisioneiro) podem ser recheadas de surpresas desagradáveis como inimigos camuflados em meio ao ambiente.


Um bom jogo e altamente recomendado.


Até a próxima missão!

4 comentários:

  1. Desert Strike é um dos melhores jogos já criados na minha opinião. Não tive a oportunidade de jogar no Master System, mas joguei muito no SNES.

    Abraços

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    1. Como a minha primeira experiência foi no Mega Drive, essa sempre foi a versão do game que mais me agradou (apesar do bom trabalho feito para o Master System). Um abraço!

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  2. Caramba, Desert Strike junto com Sonic foi meu primeiro contato com o Mega Drive e os 16bit (lembro que ainda ganhei uma pilha de revista de videogame no mesmo dia, que nem sabia que existiam, o cara que me deu estava jogando isso aí com um amigo dele e não queria mais elas), até então erá só atari e master system o que eu conhecia, além dos fliperamas.

    Sonic é uma série que já fui de cabo a rabo (apesar de nunca me interessar pelos jogos 3d) mas taí um jogo que amanhã mesmo eu experimento, depois de quase 20 anos.

    Como o mundo dá voltas!

    Abraços

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    1. Você ganhou uma pilha de revista de videogame? #inveja ¬¬

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