#27 PacMania

Estranho, inovador, controverso, bom, desafiante. Esses são alguns dos adjetivos que pode-riam descrever PacMania (TecMagik, 1991) o diferente jogo da bolinha/carinha amarela mais esfomeada e famosa do mundo em sua versão para o console. Seguramente, os mais antigos – like me – já tiveram a oportunidade de jogar Pac-Man no Atari ou mesmo no fliperama. A mecânica do jogo é simples. O jogador controla uma bola amarela (uma pizza faltando um pedaço) que por labirintos percorre feliz comendo pastilhas. Os mesmos estão recheados de fantasmas que podem ser eliminados temporariamente caso uma pastilha plus seja encontrada, dando certo poder ao personagem e blábláblá...

Até aqui nenhuma novidade. Pois é, não é que os desenvolvedores tentaram revinventar a mecânica do jogo e ao invés de um labirinto chapadão 2D fizeram um com personagens em visão isométrica?! Não poderia ser unânime um julgamento a respeito. E mesmo procurando ser imparcial algumas coisas devem ser ditas. Em certo sentido piorou ao mesmo tempo em que inovou ao trazer novos elementos para o que já estava batido – ruim não!

A visão isométrica (um falso-3D) transformou PacMania numa opção diferente dos demais jogos da franquia aliado a um visual bonito e labirintos e mais labirintos (19 ao todo) recheados de fantasmas – brr... Aliás, a quantidade de fantasmas é farta (e nada de slowdowns!!). Infelizmente a mesma visão que tentou inovar, deu um passo atrás ao deixar o jogador na mão em diversos momentos. Apenas a parte que se joga é visível, enquanto que o restante do labirinto somente será conhecido por meio de exploração. A vantagem do antigo modelo 2D era a visão TOTAL do mapa – o que possibilitava algum planejamento e certa dose de estratégia nos locais mais complicados. Resumindo, apesar dos mapas não serem tão extensos, vão ser necessárias algumas idas e vindas para coletar todas as pastilhas.    

Outro novidadade acrescentada é que Pac-Man pode pular seus adversários/pastilhas. Mas o produtores foram espertos e colocaram esse recurso também para alguns fantasmas para não deixar a coisa muito desigual – ponto para o jogo. Além disso, itens próximos ao ninho dos fantasmas surgem e podem dar de pontos extras à mais velocidade ao personagem – vale a pena insistir.

É preciso se adiantar ao locais e vielas por onde se vai passar para evitar uma possível demora nas respostas. Fora isso, a parte técnica do jogo é muito boa. Boa jogabilidade, apenas com a ressalva citada. Os gráficos são ótimos, o jogo conseguiu transpor o visual clássico dos arcades para o 8-bits dando um ar moderno sem esquecer o aspecto retrô. Existe uma boa variação musical. Nas primeiras fases, a música passa a ideia de uma locomotiva ou algo em intenso movimento com batidas frenéticas e um ritmo bem agitado. Já nas fase 6 e 7 temos uma música mais calma que cria certo clima de suspense. Efeitos sonoros simples completam a bela produção.

Uma boa diversão e mudança num jogo já consagrado que pode não agradar a todos, mas certamente merece ser (re)visitado. Uma boa partida!