#35 Prince of Persia

Prince of Persia foi um dos jogos que marcaram minha infância – um dos primeiros para computador que joguei – e logo de cara fiquei bastante impressionado. Parte do meu espanto se devia ao fato do game requerer um bom conhecimento das fases, domínio dos movimentos do personagem e extremo cuidado por parte do jogador com as numerosas armadilhas.

 

A história do jogo: sua amada foi raptada pelo Grão Vizir Jaffar, enquanto que o príncipe e herói da trama, trancafiado no calabouço do palácio deve escapar em 60 minutos – o tempo dado a princesa para decidir seu destino: ou casa com Jaffar ou morre.

 

Button 1 to continue

 

Se pode afirmar que a conversão feita para o console é boa e bastante fiel ao original lançado para IBM-PC e Apple II. O mapa das fases remete às demais versões, os gráficos são bem feitos e a movimentação do personagem, tirando um ou outro detalhe, bem idêntica ao original de 1989. Além disso, Prince of Persia (Domark, 1992) conseguiu aproveitar bem o potencial do console e pode ser considerado um desafio moderado.

 

Um calabouço enorme aguarda os mais desavisados, recheado de guardas, ciladas, pisos falsos, lanças afiadas, fossos, esqueletos, poções envenenadas, becos sem saída... Dá pra passar mais de uma hora descrevendo a infinidade de obstáculos que o jogo possui. Os recursos mais utilizados nesse curto tempo serão a espada (pega na primeira fase) para enfrentar os guardas e, cautela. Sem a segunda é impossível atravessar os 12 níveis.

 

Um ponto a ser destacado é que no game se joga contra o relógio. Ao completar uma fase ou morrer, a ampulheta informa o tempo restante. Além disso, com o passar das fases há um decréscimo agudo no tempo o que imprime ao jogador maior rapidez nos caminhos a serem percorridos. O que não o torna um jogo impossível são as passwords ganhas ao completar cada fase.

 

A movimentação do personagem é bastante variada – e sua animação diferenciada se deve ao belo trabalho de Jordan Mechner (o criador) que capturou os movimentos do irmão mais novo ao realizar diversas ações como pular, correr, etc. Apenas exemplificando: normalmente ao pressionar o direcional para direita ou esquerda, uma corrida é iniciada. Para lugares onde a aproximação lenta for exigida, apertando o botão de ataque e pressionando novamente o direcional, o personagem se aproxima a curtas passadas do local desejado. Outras ações como descer plataformas e pular correndo devem ser aprendidas e dominadas para que o jogador não se meta em encrencas nas fases mais difíceis.

 

Outra coisa a ser acrescentada é a ausência de músicas de fundo e poucos efeitos sonoros que dão ao jogo um ar mais realista – e força o jogador a concentrar toda sua atenção nos ambientes.

 

Desafios

 

 

Os combates com os guardas são os momentos mais tensos do jogo. Na hora em que o protagonista se aproxima do guarda, a espada é sacada e as ações são limitadas a atacar ou defender. Alguns combates podem ser evitados, não sendo esse o padrão do jogo, pois as sentinelas se posicionam estrategicamente em pontos-chave do calabouço.

 

A energia do personagem é marcada por triângulos no canto superior esquerdo. Perde-se energia: caindo de locais elevados (se muito altos, a queda é fatal), nos combates corpo-a-corpo e bebendo falsas poções de cura. Em algumas etapas do jogo, poções de cor esverdeada aumentarão o marcador de energia.

 

O grande desafio? Os inúmeros quebra-cabeças! Para acesso a algumas áreas é necessário o acionamento de mecanismos no chão que por sua vez habilitam portas e passagens. A lógica de acionamento desses pisos-acionadores difere entra as fases, o que garante boas doses de exploração nos ambientes – e muitas telas a percorrer.

 

Nem sempre esses piso-acionadores são próximos às portas em questão, obrigando o jogador a se dirigir por outro percurso para completar a fase. Além, é claro, da disposição dos mecanismos que numa mesma plataforma podem abrir e fechar a mesma porta – dificultando ações simples como pular de um lugar para outro ou mesmo atravessar um corredor.

Prince of Persia é um ótimo jogo. Muita exploração, dificuldade acentuada e que vai exigir raciocínio e paciência por parte do aventureiro que desejar se tornar o príncipe da pérsia